sábado, 8 de outubro de 2011

Movie Hint - Air Doll (2009)

Agora é hora de falar de arte. Se filmes que mexem com o psicológico e dramas sobre o vazio da alma não te atraem, pode parar de ler e não perca seu tempo. Se você quer dar uma chance para algo diferente, então, procure assistir Air Doll, uma grande produção japonesa, muito introspectiva. Já aviso que o filme é bem paradão, mas de novo, só vale a pena pra quem curte cinema alternativo.
O título já diz tudo: a história de uma boneca inflável, que serve de consolo e companhia a um homem solitário, que não possui qualquer afinidade com o relacionamento interpessoal, e tem na boneca, uma companheira inseparável, desde a hora em que ele chega em casa, do trabalho, e conversa com ela, como se fosse sua mulher de verdade, até noites de sexo intenso.
Eis que a inanimada boneca desenvolve uma alma e ganha vida! E assim, de um dia para o outro, na ausência do seu "amante", ela começa a descobrir a vida, e aprende a andar e a falar e aprende a viver na sua cultura e começa a se relacionar com as pessoas, consegue um emprego numa locadora de filmes do bairro, faz amizades, descobre a paixão...
Tudo com um detalhe: ela não é exatamente de carne e osso, tem plena consciência de sua condição, sua pele translúcida sob a luz, a emenda de seu corpo, escondida com maquiagem... Ela continua fingindo ser inanimada à noite para seu parceiro, sabendo de seu superficialismo e busca de um prazer egoísta.
Triste ironia, por exemplo, de quando ela observa uma garotinha com uma boneca que fala "mamãe". Na locadora, ela faz amizade com o outro funcionário, e ali começa uma bonita história. Com sua alma crescendo, ela também aprende a mentir, e os sentimentos se confundem na formação de sua personalidade.
É neste clima que se desenrola uma bela e triste história, que mostra o quão vazias e destituídas de valores emocionais as pessoas podem ser.



A excelente interpretação da boneca, por Doo-Na Bae (The Host) impressiona pelo carisma e entrega ao papel, numa mistura de menina inocente e mulher madura. Uma bela obra, que só tem a acrescentar pela qualidade artística que possui.



Um comentário:

Jack Patton disse...

Que isso hein, parece mesmo interessante cara! Originalidade acima de tudo. Vou buscar esse.